A música Miénteme, novo lançamento da argentina Tini Stoessel em parceria com María Becerra, está proibida de ser tocada em emissoras de rádio no México. O motivo está ligado diretamente à letra da música, que escancara questões sobre mulheres submissas.
Censura ou não, o país está passando por uma onda de feminicídio das mais acentuadas e preocupantes da última década. Entretanto, apesar do sucesso instantâneo com o público, a letra expõe a mulher, de um modo geral, a uma subversão de tudo que o governo está tentanto acabar.
Tini Stoessel e a música de submissão e violência
“Por favor, minta para mim. Faça o que quiser comigo” e “Se o olhar pudesse matar, talvez você e eu não estivéssemos vivos para contar”, desse modo, são alguns trechos que impactaram a sociedade mexicana. Atualmente o videoclipe de Miénteme soma mais de 340 milhões de views no YouTube. Uma explosão!
Algo muito parecido aconteceu com Becky G, em 2018, quando a música Mayores foi barrada nos veículos de comunicação pelo mesmo motivo.
Feminicídio na América Latina
Na América Latina, sobretudo, as taxas mais altas de feminicídio são registradas em Honduras (4,7 a cada 100 mil mulheres), na República Dominicana (2,4 a cada 100 mil mulheres) e em El Salvador (2,1 a cada 100 mil mulheres).
Os dados são preocupantes mesmo que esses três países tenham registrado uma redução em relação a 2019. Bolívia, Brasil, Colômbia, Guatemala, Paraguai, Porto Rico e Uruguai são alguns desses.
O relatório do Observatório da CEPAL, entretanto, revela também que Argentina, Chile, México e Nicarágua mantiveram as mesmas taxas de feminicídio de 2019.